domingo, dezembro 05, 2010

Concurso para a Escola de Aplicação da UFPA, reflexões necessárias

Minha formação acadêmica é fruto da Universidade Federal do Pará, e tenho orgulho de ter avançado muito na minha atuação profissional especialmente após o ingresso nesta Universidade e por esse motivo acredito que sejam inaceitáveis tantos erros em um único processo de seleção.
Devemos acrescentar que além da desorganização para a realização do sorteio do tema, mudanças significativas feitas no edital de seleção - ver decreto presidencial N.6944/2009 - com o termo de aditamento, além disso, o desgaste até o início das provas e o fato de ter de realizar duas provas em vez de uma, além de não ter o direito de ter a prova escrita submetida à avaliação (em virtude do caráter eliminatório da prova objetiva, o que não constava no edital de abertura).
Talvez os problemas tenham surgido em virtude da grande demanda e o adiamento das provas tenha sido necessária, mas um semestre seria tempo sufuciente para se pensar outra estratégia de seleção sem prejudicar tanta gente.
Visitei o blog BIOTRANSITANDO e resolvi reeditar a postagem da autora, sem mudar nenhuma linha, pois infelizmente sou obrigada a concordar com cada palavra, e faço minhas, estas:

"Pensei muito antes de escrever este post. Embora eu saiba que este espaço é livre, eu não queria ser leviana, mas pelo menos fica aqui o meu protesto. Fui hoje fazer uma prova de concurso público para a Escola de Aplicação da UFPa. Qual a minha surpresa quando cheguei ao local de prova? Além da desorganização imperiosa da equipe coordenadora, que cometeu a imperícia de mandar TODOS os candidados de todas as salas descerem para um salão onde seria sorteado o tema da parte dissertativa da prova, e depois deslocados mais duas vezes até chegar até o tal local do sorteio, alguns candidatos estavam munidos de celulares, ou seja, quando souberam do tema da prova, certamente poderiam ligar para alguém antes de voltarem às suas salas (o que realmente me deixa triste) e pedirem ajuda rápida sobre tópicos que não podem deixar de ser mencionados na redação. Enfim, depois deste transtorno, retornamos às salas para iniciar a parte objetiva da prova e a parte dissertativa (com o tema sorteado). Aí é que eu realmente fiquei perplexa. As questões, eram em nada semelhantes ao que hoje se propõe os exames. Eram questões repletas de pegadinhas e extremamente detalhistas. Eu entendo que um concurso para professor da disciplina necessite saber realmente se seus candidatos dominam a área em que pretendem atuar, mas volto a discutir aqui a proposta educacional de conteúdos contextualizados e que levèm à reflexão. Se continuamos com professores conteudistas, como queremos que estes formem cidadãos reflexivos? Fica aqui então a minha crítica, desejando que em novos concursos seja observado o tipo de profissional que se quer. As universidades não podem nadar contra uma formação mais integral, mais ética, mais contextualizada e sobretudo mais preparados para enfrentar o mundo globalizado, ao invés de formar pessoas que só se relacionam com microscópios e livros. Continuo acreditando que o futuro pode ser diferente."

Estou convencida de que a forma como está sendo realizado este concurso não ajuda em nada a manter a qualidade de ensino que sempre acreditei ser uma máxima da Escola de Aplicação.
Como Professora e Coordenadora Pedagógica, Pedagoga e especialista em Docência formada pela UFPa, que está sempre lutando em defesa de uma educação pública de qualidade, confesso que sinto-me frustrada.